Tatiany Carvalho – Correio da Bahia
Como organizar um programa de coleta seletiva em condomínios?
Não existe metodologia única para organizar um programa de coleta seletiva em condomínios.
De modo geral, os passos a serem seguidos são:
- mobilizar o maior número possível de moradores, demonstrando a importância da iniciativa e informando-lhes como participar;
- definir os tipos de materiais recicláveis que serão coletados (jornais, papéis, papelão, vidro, plástico, alumínio, etc.), tendo sempre em vista a demanda de mercado existente nas proximidades, pois essa preocupação que viabilizará um fluxo constante de saída (venda), evitando o acúmulo excessivo dos materiais coletados por falta de "escoamento".
- definir a estrutura operacional do sistema, sempre considerando 3 fases, ou seja, coleta, estocagem e venda (ou doação).
Como formar uma cooperativa de catadores?
É necessário que se atendam 3 aspectos: infra-estrutura, mão-de-obra e documentação legal.
Infra-estrutura:
- galpão para recebimento dos materiais recicláveis;
- equipamentos como balanças, prensas e carrinhos.
Mão-de-obra:
De modo geral, os cooperados não têm vínculo empregatício com a cooperativa. Os cooperados são, portanto, trabalhadores autônomos, que recebem de acordo com a quantidade de material coletada ou em razão da receita obtida pela cooperativa, rateada em partes iguais entre seus membros.
Documentação legal:
Com a ajuda de um advogado, os cooperados devem elaborar um estatuto que contenha todas as normas de administração que vão reger a cooperativa. A lei exige um número mínimo de 20 pessoas para se montar uma cooperativa. Também é necessária a inscrição da entidade junto à Prefeitura. Finalmente, as cooperativas também são tributadas, pagando ICMS e IPTU.
Quais as cores características dos containeres apropriados para a coleta seletiva de lixo?
Até hoje, não se sabe onde e com que critério foi criado o padrão de cores dos containeres utilizados para a coleta seletiva voluntária em todo o mundo. No entanto, alguns países já reconhecem esse padrão como um parâmetro oficial a ser seguido por qualquer modelo de gestão de programas de coleta seletiva. O código é:
Azul
- Papel/Papelão Vermelho - Plásticos Amarelo - Metais Verde - Vidros |
Como posso fazer para separar o lixo e destiná-lo à reciclagem?
Sugerimos que o material reciclável separado no domicílio seja encaminhado a catadores de ruas autônomos, cooperativas de catadores, associações de moradores, ONGs ou qualquer outro tipo de iniciativa espontânea da comunidade local.
Há ainda a alternativa de contato com sucateiros, desde que para o repasse de grandes quantidades de material.
Existe simbologia específica para a reciclagem de plásticos?
No Brasil existe uma norma (NBR 13230) da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, que padroniza os símbolos que identificam os diversos tipos de resinas (plásticos) virgens. O objetivo é facilitar o objetivo de triagem dos resíduos plásticos que serão encaminhados à reciclagem. Os tipos são classificados por números a saber:
1 - PET 3 - PVC 5 - PP 7 - Outros |
2 - PEAD 4 - PEBD 6 - PS |
Telefone da ABNT para contato: (021) 3210-3122
Qual é o tempo de degradação na natureza, dos diferentes tipos de materias comumente encontrados no lixo sólido urbano?
Este é um assunto que tem despertado grande interesse dos vários setores da sociedade. A resposta é recheada de alto grau de complexidade científica pois:
1º) depende da formulação dos diversos tipos de materiais, isto é, que tipo de plástico, que tipo de metal, a composição do produto de vidro, o tipo de papel, etc...
2º) depende de qual ambiente de análise comparativa:
- solo? Qual o PH? Quais as características geológicas? Há ausência de oxigênio? Etc, etc, etc...
- oceanos? Rios? Manguezais? Água doce ou salgada?
- lixões? Aterros sanitários? Ausência de oxigênio? Há retirada periódica de produtos oriundos da degradação do lixo (ex. chorume, gases, etc)?
- depende do grau de exposição às intempéries (raios solares, chuvas, etc).
Portanto, fica evidente que, sem base científica e metodologia rígida de análise, é muito difícil emitir um parecer. O CEMPRE ainda não dispõe de fontes de referência que preencham plenamente tais requisitos.
O que é biorremediação?
Trata-se de uma técnica de recuperação de áreas degradadas por disposição não controlada de lixo sólido no solo. O progresso significativo na biorremediação ocorreu a partir de meados da década de 80, quando foram desenvolvidos processos para identificar, isolar da natureza e estimular a reprodução, em grande quantidades, de bactérias capazes de se "alimentar" dos contaminantes. Vale lembrar que cada trabalho de biorremediação deve ser cuidadosamente planejado, pois as circunstâncias e condições de degradação do solo são sempre muito variáveis.
O que é rotulagem ambiental?
Rotulagem Ambiental são declarações que dão ao consumidor informação acurada a respeito do impacto ambiental de um produto ou serviço. Tem por objetivo promover a redução dos impactos ambientais negativos relacionados a produtos e serviços através da conscientização de fabricantes, consumidores e instituições públicas e a vantagem de adotar produtos que causem o menor impacto ambiental possível durante o seu ciclo de vida. Até o momento, já foram publicadas pela ISO as normas Tipo 1 e Tipo 2 (em fase final de redação):
- Tipo 1 (14024) - Selos verdes/certificação por terceiros.
- Tipo 2 (14021) - Auto declaração
O que é lixo classe 1?
São várias as formas possíveis para a classificação do lixo: em razão de sua natureza (seco e molhado), por sua composição química (matéria orgânica e matéria inorgânica) etc. A classificação que adotamos no Brasil é regulada pela NBR 10004 - Classificação de Resíduos Sólidos, que segue o critério dos riscos potenciais ao meio ambiente. Assim, de acordo com essa norma técnica; lixo Classe 1 abrange os resíduos perigosos, ou seja, que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, ou uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, toxidade, reatividade e patogenicidade. São exemplos de lixo Classe 1 as baterias e produtos químicos que geram um forte impacto sobre o meio ambiente.
A citada norma refere-se, ainda, aos:
Resíduos Classe II - não inertes (apresentam propriedades como biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade; aqui estão abrangidos, por exemplo, matéria orgânica e papel);
Resíduos Classe III - inertes (rocha, tijolos, vidros e certos plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente).